Chefes aos 23: a Geração Z está pronta para liderar?

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Chefes aos 23: a Geração Z está pronta para liderar?

 

Para Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em comportamento no trabalho, é cada vez maior o número de jovens que assumem cargos de gestão e desafiam os modelos tradicionais de autoridade nas empresas

 

São Paulo, julho de 2025 – Ainda há pouco tempo, ser chefe aos 30 já era considerado precoce. Hoje, profissionais com 22 ou 23 anos já lideram equipes, comandam projetos estratégicos e ocupam posições de destaque em empresas de todos os tamanhos, especialmente em startups, franquias e negócios digitais. A ascensão meteórica da Geração Z à liderança corporativa desafia antigos paradigmas sobre maturidade, autoridade e preparo.

O que antes era sinônimo de tempo e experiência, hoje passa também por criatividade, agilidade e capacidade de comunicação. Mas será que essa geração, nascida entre 1997 e 2012, está realmente pronta para liderar?

Segundo Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em comportamento no trabalho, a resposta não é simples. “Eles estão liderando, sim, com muita intuição e inovação. Mas como toda liderança jovem, ainda estão em fase de desenvolvimento emocional e precisam de suporte”, diz.

A seguir, conheça algumas características da liderança na Geração Z:

Subiram rápido

A trajetória acelerada da Geração Z não é fruto do acaso. Muitos desses jovens cresceram vendo influenciadores faturarem milhões aos 20 anos e startups virarem unicórnios em tempo recorde. “Eles não têm medo de assumir desafios cedo. Querem fazer a diferença, liderar causas, influenciar positivamente o ambiente de trabalho. A ideia de ‘esperar a vez’ soa ultrapassada para uma geração que foi criada com acesso instantâneo à informação e autonomia desde cedo”, analisa Cintra.

Liderança em construção

Se por um lado a Geração Z domina com facilidade ferramentas, processos e novas tecnologias, por outro ainda está desenvolvendo habilidades emocionais fundamentais para a liderança. Saber dar feedbacks difíceis, lidar com crises internas, mediar conflitos ou inspirar o time em momentos de pressão são competências que nem sempre vêm prontas.

“Eles têm repertório técnico e visão moderna, mas ainda constroem a musculatura emocional que sustenta uma liderança sólida. É comum encontrarmos jovens gestores com dificuldade em se posicionar com firmeza ou lidar com frustrações sem se abalar pessoalmente”, observa o psicólogo.

Gestão horizontal

Um dos traços mais marcantes da liderança da Geração Z é a busca por relações horizontais e colaborativas. Eles preferem ambientes onde todos opinam, ideias são discutidas em grupo e a hierarquia não impede o diálogo. “Para esses jovens, a autoridade precisa ser construída, não imposta. Eles não se sentem confortáveis em cargos que exigem ‘mandar e obedecer’. Por isso, muitos constroem suas lideranças com base na empatia, escuta ativa e proximidade”, explica Cintra.

Falta de experiência: obstáculo ou diferencial?

A juventude, que em outras gerações poderia ser um obstáculo, hoje também é um diferencial competitivo. Sem vícios corporativos, os líderes da Geração Z arriscam mais, testam novas abordagens e têm mentalidade aberta para mudanças rápidas.

“No entanto, a pouca experiência também pode levar a decisões impulsivas, dificuldade em lidar com fracassos e certa intolerância a processos que exigem paciência. Por isso, deve haver uma rede de apoio emocional e profissional para que esses líderes cresçam com mais segurança”, alerta o especialista.

Liderança não tem idade, tem preparo

A ascensão da Geração Z à liderança marca uma virada importante no mundo do trabalho. Para muitos, é preciso ainda provar o valor dessa nova forma de liderar, mais leve, emocional e tecnológica. Para outros, ela já é o presente e está moldando o futuro. Ter 23 ou 43 anos é cada vez menos relevante. O que importa é saber lidar com pessoas, entregar resultados com ética e criar ambientes onde todos possam crescer. A Geração Z tem esse potencial e cabe às empresas reconhecer, apoiar e lapidar essa nova geração de líderes”, conclui Cintra.

Sobre Wanderley Cintra Jr.

Wanderley Cintra Jr. é psicólogo graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina e especializado em comportamento no ambiente de trabalho. Cintra possui mais de 20 anos de experiência em treinamento e desenvolvimento de pessoas, acumulando mais de 55 mil horas de treinamentos ministrados.

Já deu entrevistas para O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, UOL, Exame.com, O Globo, Valor Econômico, Você S/A, SBT, Você RH, dentre outros grandes veículos. Tem propriedade para falar de saúde mental, burnout, empreendedorismo, semana de trabalho com quatro dias, liderança, inteligência emocional, carreira, ambiente corporativo, dentre outros temas.

Para mais informações, acesse: https://www.wanderleycintra.com.br/

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