O preço de se deixar para amanhã
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“O amanhã pode não existir. Cuidado com as postergações”
Esta semana eu perdi um amigo. Marcelo Dias, um cara de um caráter ímpar. Uma pessoa do bem, carismática, honesta e amiga. Convivi com o Marcelo profissionalmente por 2 anos. Depois que saí da empresa, perdemos o contato por alguns anos. Voltamos a nos falar recentemente porque nos achamos por acaso em uma rede social. Fiquei sabendo que casou, mudou de São Paulo para Itu e que estava muito feliz. Vi fotos do casal, lindo e feliz. Relembramos, por telefone, muitas coisas boas da época em que trabalhamos juntos. Sabe aquela pessoa que você passa anos sem ver, mas quando encontra sente uma alegria enorme e uma proximidade semelhante a que sente com alguém que convive com frequência? Assim eu me senti ao falar com ele de novo. Nesta conversa, fiquei responsável por tentar organizar um encontro entre nós mais algumas pessoas (Wagner, Renata, Fernanda, Carol, Rodrigo, Fabi e Geraldo) que faziam parte da nossa equipe de anos atrás. Até consegui falar com alguns. Ensaiamos até uma data para nos encontrarmos na minha casa e fazermos um churrasco. Que delícia que seria!
Quem me conhece sabe que quando assumo um compromisso, levo a cabo. Mas, neste caso específico, a correria desse segundo semestre e, principalmente, a minha incompetência de não executar até o fim este “projeto” e reunir todos, fez com que o assunto morresse. – Em breve retomo o contato e faço este churrasco acontecer, pensei eu.
Pois bem, quando cheguei em casa um dia desta semana, fiquei sabendo que o Marcelo passou mal à noite e faleceu. Não acreditei e confesso que a ficha não caiu ainda. Ele simplesmente se foi. De uma hora para outra. Chorei muito e confesso que escrevi este texto enxugando lágrimas. Chorei porque uma pessoa muito especial se foi. Mas chorei também de arrependimento. Isso mesmo. Arrependimento, porque eu posterguei uma coisa importante e agora não posso mais tê-la. Eu deveria ter marcado esse churrasco. Eu não poderia ter deixado isso de lado. Como pude cometer este erro? Sei que eu não sabia que ele iria morrer, mas eu não deveria ter postergado. Agora não dá mais. Posso até promover este encontro, mas ele não estará…
Isso me fez refletir um pouco sobre esta palavra – postergação. Deixar para depois. Empurrar com a barriga. Deixar para amanhã. Todos fazem isso, em maior ou menor escala. Não tenho estatísticas, mas acredito que 99% da população deve ter uma lista de coisas que quer fazer, mas que fica postergando. Sempre dá para deixar pra depois, não é mesmo? Tudo pode esperar, certo? Errado. Umas coisas podem sim, outras não.
Pois bem, a reflexão de hoje é esta. Saiba e assuma que postergar tem um risco. E ele se chama ”o risco de não poder mais fazer”. Quem posterga tem que saber que o amanhã talvez não exista. Na vida e na carreira, alguns trens passam bem rápido. E quem não pega, dança. Quantas oportunidades não são perdidas por pessoas que deixam para amanhã e este amanhã não chega? Muitas.
Neste fim de ano este será o meu principal tema de reflexão. Não quero cometer um erro semelhante em 2014. Sugiro que você faça o mesmo. Pense na sua lista de coisas importantes, na vida pessoal e profissional, que você está empurrando com a barriga. Coloque data e horário. E faça! Até o fim. Se envolver uma pessoa, então, faça mesmo. Porque se você demorar demais, esta pessoa pode não estar mais aqui quando você menos esperar.
Marcelo Dias, meu amigo, desculpe-me pela minha incompetência! Estou profundamente arrependido. Eu deveria ter feito aquele churrasco. Aprendi de vez a lição. “O amanhã pode não existir”. Dedico este artigo a você. Vai com Deus! Espero te reencontrar um dia.
Até o próximo!
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