Da CLT ao home office: a nova geração quer flexibilidade, não crachá

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A maioria dos brasileiros (59%) considera ser melhor trabalhar por conta própria, de acordo com levantamento do Datafolha. Enquanto isso, 39% preferem ser funcionários de alguma empresa ou organização e 2% não souberam opinar.

O apoio ao trabalho autônomo é maior entre os jovens de 16 a 24 anos, faixa em que 68% preferem atuar por conta própria. Entre os assalariados sem registro, o índice sobe para 69%. Já entre empresários autodeclarados, a aprovação ao modelo chega a 88%.

A pesquisa foi realizada nos dias 10 e 11 de junho de 2025 e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%. Foram realizadas cerca de duas mil entrevistas presenciais em 136 municípios do país, considerando a população com, no mínimo, 16 anos.

De acordo com a Serasa, o trabalho autônomo é a atividade em que a pessoa presta serviços por conta própria, sem vínculo empregatício, respondendo legalmente pela própria atividade. Dessa forma, o profissional encontra nessa modalidade maior flexibilidade e autonomia, o que justifica a preferência de muitos por essa modalidade.

Existem dois modelos de trabalho autônomo. O primeiro está relacionado às profissões regulamentadas, normalmente contratados por empresas ou clientes para fornecer expertise em sua área de especialização, conforme a Serasa. É o caso de médicos, psicólogos, jornalistas, consultores e personal trainers, por exemplo.Já o segundo se refere aos profissionais que atuam em atividades não regulamentadas, como motoristas, pedreiros, vendedores, pintores e diaristas.

Nos últimos anos, o avanço da tecnologia ampliou esse cenário com a criação de novas oportunidades no ambiente digital. Entre elas está o profissional em digitação. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), quem atua na área é responsável por organizar e estruturar documentos, tabelas, notas e relatórios, além de realizar transcrições de áudio e vídeo e digitalizar arquivos.

A demanda por esse profissional se deve ao volume de informações gerado por empresas e órgãos públicos, conforme o Sebrae. Além disso, o serviço especializado, como transcrição médica ou legal, pode aumentar o valor do trabalho, e a possibilidade de atuação remota garante flexibilidade para atender clientes em diferentes regiões.

A transformação do mercado também abriu espaço para novas funções como marketing digital, consultoria remota, profissional de pesquisa online, redação e design, além do trabalho de afiliados digitais, em que a remuneração ocorre por comissões sobre vendas. Plataformas de freelancers conectam profissionais brasileiros a clientes dentro e fora do país.

O Sebrae destaca que as novas gerações passaram a valorizar aspectos como home office e flexibilidade ao escolher entre um emprego ou o caminho do empreendedorismo. A ausência de horário fixo e de local determinado de trabalho não são vistas como sinal de desvalorização. Pelo contrário, o mercado tem demonstrado que é possível obter ganhos em trabalhos com essas características.

Trabalho autônomo pode complementar a renda

O trabalho por conta própria pode ser adotado não só como a principal forma de atuação, mas também como alternativa para conquistar uma fonte de renda extra. E essa tendência tem se mostrado forte no Brasil, onde 60% dos profissionais têm dois ou mais empregos, segundo uma pesquisa realizada pela Hostinger no ano passado.

Entre os que buscam uma renda extra, 31% têm como principal objetivo assegurar segurança financeira, 26% desejam aumentar os ganhos mensais e 25% miram a realização de projetos pessoais. Além disso, o levantamento revela que aqueles que visam complementar a renda mensal trabalham como freelancer ou autônomo (15%).

Além de maior flexibilidade e autonomia, a Serasa informa que entre as vantagens do trabalho autônomo estão a possibilidade de escolher os clientes com quem quer trabalhar e de poder atuar em uma variedade de projetos e áreas.